quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Papeis invertidos

Estavamos à mesa, eu estava com a Mafalda ao colo e do nada ela começa a chorar.

Francisco - O que fizeste à mana mãe?
Eu - Nada!
Francisco - Bateste na mana?
Eu - Claro que não!
Francisco - Eu vou chatear-me contigo!

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

tenho sorte

Às vezes dou por mim a dar leite à Mafalda e agradecer ao universo por ter dois filhos perfeitos. Várias pessoas me disseram que eu tinha muita sorte em ter uma menina e um menino, mas eu sei que tenho muito mais sorte que isso. Que na verdade isso pouco importa...
Tenho a sorte de os coraçõezinhos deles baterem a bom ritmo, dos pulmões trabalharem na perfeição, de me olharem com aqueles olhos curiosos, de um correr e saltar sempre que pode e de outra comer bem sempre que lhe damos leite.
Tenho sorte de ter amor na minha vida, de ser amada por várias pessoas e de amar incondicional mente. De conhecer os seus cheiros, sorrisos e lágrimas. De ter tido o privilégio de viver com eles.
Tenho sorte por ser saudável e poder dar alegrias a quem me rodeia, como também tenho a sorte de as poder receber.

Desde que a Mafalda nasceu que o Francisco me parece maior. Talvez por agora ter uma pequenina em casa as escalas e proporções alteraram um pouco. Parece que perdi uma parte do seu crescimento, quando na verdade estive sempre presente. Passou realmente depressa, como toda a gente diz. Mas passou de forma preenchida e por isso também tenho muita sorte.

Tenho sorte por, quando penso bem, não ter realmente grandes problemas e considerar-me suficientemente inteligente para os ultrapassar quando estes surgirem.
Tenho sorte por ter dinheiro que não sobra mas que, de uma forma ou de outra, parece chegar sempre.
Tenho sorte por ter um companheiro inigualável que amo tanto!
Tenho sorte por ser feliz.
Realmente tenho muita sorte! Só tenho mesmo que agradecer ao universo.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

coração maior



"a mãe tem a barrirra muito gaaaanndeeeeee, muito gande. Quando a mana nascer a barrirra fica pequenina, pequenina pequenina."

E eu fazia figas para que realmente assim fosse!

O que eu não podia imaginar é que enquanto a barriga perdia tamanho, o coração ganhava. O meu coração cresceu para te receber Mafalda. Não há amor dividido, há simplesmente mais amor. Realmente o meu coração cresceu... bastante!

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

a história do coelhinho


Já passaram 3 anos...
a uma velocidade alucinante...
E vem uma mana a caminho...
mesmo quase a chegar.

A vida é mesmo uma viagem engraçada!

No outro dia inventei uma história para o Francisco adormecer e agora todos os dias quando vai para a cama pede: "conta a história do coelhinho mãe!" Há partes que ele levanta a cabeça para me dizer ao ouvido o que vem a seguir. E quando está mesmo a chegar ao final fecha os olhos e mete um braço por cima do meu pescoço para garantir que eu fico ali com ele até adormecer. (com esta barriga já não é fácil).


A história é assim:

"Era uma vez um coelhinho que encontrou uma graaanndeee cenoura. Mas, quando se preparava para a comer, apareceu uma tartaruga.
- Olá coelhinho
- Olá tartaruga
- Que grande cenoura que tu tens aí... - disse a tartaruga - e eu tenho tanta fome. Dás-me um bocadinho?
E o coelhinho olhou para a cenoura, olhou para a tartaruga e disse: - está bem.
E deu um bocado da cenoura à tartaruga.
A tartaruga ficou toda contente e foi-se embora: - Adeus coelhinho!
- Adeus tartaruga!

Quando o coelhinho se preparava para comer a sua parte da cenoura, apareceu um esquilo.
- Olá coelhinho.
- Olá esquilo.
- Dás-me um bocadinho da tua cenoura? - perguntou o esquilo.
- Mas eu já dei um bocadinho à tartaruga e ela agora está mais pequena. - disse o coelhinho.
- Mas eu tenho tanta fome.... e ainda dá para os dois - respondeu o esquilo.
- Está bem!
E o coelhinho deu um bocado da cenoura ao esquilo que se foi embora todo contente: - Adeus coelhinho!

Quando o coelhinho se preparava para comer o resto da cenoura, apareceu um macaco.
- Olá coelhinho, dás-me um bocadinho da tua cenoura?
- Mas já dei à tartaruga e ao esquilo e ela agora está mesmo pequena.
- Mas eu tenho tanta fome, ainda hoje não comi nada - respondeu o macaco.
- Está bem.... - disse o coelhinho - e deu ao macaco um bocado da cenoura.

Quando o macaco se foi embora o coelhinho comeu logo a sua parte da cenoura, não fosse aparecer mais alguém! Mas como já estava tão pequenina, ele continuou cheio de fome! Resolveu ir andar no bosque para procurar mais comida.

Começou a andar, a andar e encontrou o macaco em cima de uma árvore.
- O que fazes aí macaco?- perguntou o coelhinho.
- Olá coelhinho, encontrei um cacho de bananas, tu queres uma?
- Mas eu nunca comi banana.... não sei se vou gostar!
- Prova uma coelhinho, é mesmo deliciosa!
O coelhinho comeu a banana que o macaco lhe deu e disse:
- Hum.... é mesmo boa esta banana... obrigado coelhinho, e adeus...

Continuou a andar, a andar e encontrou o esquilo em cima de outra árvore.
- O que estás a fazer esquilo? - perguntou o coelhinho?
- Estou a guardar bolotas para o inverno. Tu queres uma coelhinho?
- Mas eu nunca provei bolotas!
- Nunca? São mesmo boas, toma uma para provares - e deu uma bolota ao coelhinho.
O coelhinho provou a bolota e disse:
- É mesmo boa esquilo. Obrigado.

O coelhinho continuou a andar e mais à frente encontrou a tartaruga perto de um lago.
- Olá tartaruga, o que estás a fazer?
- Estou a comer ervinhas (pois... não sei bem o que comem as tartarugas), porque não comes um bocadinho também?
- Ervinhas? - disse o coelhinho - nunca provei ervinhas... será que são boas?
- Prova coelhinho! são mesmo boas! - disse a tartaruga.
E o coelhinho comeu ervinhas com a tartaruga: - pois são! são mesmo boas! Obrigado tartaruga.

Depois de comer tanto o coelhinho já estava mesmo cheio e a precisar de dormir um bocadinho. Começou a cavar a cavar e fez uma toca. Dentro da toca fez uma caminha... e foi dormir! Fim!"

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

gozo ou inocência?

Hoje o meu filho tentou travar uma batalha comigo. Não queria vestir-se para sair. Fez uma grande birra, eu chateei-me com ele, mas claro.... acabei por vencer!
Depois de lhe calçar os sapatos ele pegou na minha cara entre as suas mãozinhas, deu-me festinhas e perguntou:

- O que tu tens mamã?
- A mãe está um bocadinho triste filho. Não podes fazer estas birras. Tens que fazer o que a mãe te pede!
- Estás triste?
- Sim... um bocadinho.
Desenha com os dedos uns riscos imaginários a saírem dos meus olhos e remata:
- Então chora...
...

terça-feira, 28 de setembro de 2010

as tuas viagens


Apesar de ainda não teres 3 anos já fizeste algumas viagens...

Dentro da minha barriga foste à Grécia (e eu passei um calor... com 7 meses de gravidez em pleno Agosto...). Depois fomos a Madrid de carro. Mais tarde, com um ano e pouco viajámos até Barcelona. Passaste o final de ano de 2009 em Malta e este ano já foste passar um fim de semana a Paris.

Ontem chegámos de Roma (mais uma vez lá fui eu de 7 meses), onde nos fartámos de andar e comer (e tu portaste-te à altura, não fosses um bom garfo!).

Espero que estas sejam as primeiras de muitas viagens que faças na tua vida... e que vás sempre de olhos e mente aberta, para absorver o máximo do mundo!

terça-feira, 21 de setembro de 2010

a Mafalda


A Mafalda já tem 2,313kg (bem sentidos pela mãe dela) e está sempre em festa! É um movimento aqui dentro que não pára!

E cá fora o ritmo de crescimento do irmão não é menor!
Devido a um fascínio incrível pelas letras, mete a mão na minha barriga e pergunta:

- Mãe tens aí a mana?
- Sim!
- Tens aí a Mafalda?
- Sim!
- E letras e números? tens aí?

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

memórias


Francisco,
Um dia, se tudo correr pela ordem natural, eu serei velinha, vocês grandes e a minha relação convosco não será mais de abracinhos, beijinhos e colinho. E os cheiros não serão os mesmos. E as memórias serão selectivas. (Talvez por isso os avós sejam mais doces... para matar saudades.) Mas há coisas que eu não quero nunca esquecer... Ficam aqui algumas:

- O primeiro beijo que troquei com o vosso pai
- O almoço em que anunciei que estava gravida pela primeira vez.
- A primeira vez que te olhei nos olhos Francisco
- O ambiente de amor que estava naquele quarto de hospital do dia 10 de Outubro
- Quando o teu pai me agradeceu por eu lhe ter dado um filho tão bonito
- Como adormecias no meu peito quando eras bebé
- A tua gargalhada solta e espontânea (é a melhor sensação do mundo!!!!!!)
- A forma que encontrámos de seres tu a dizer ao pai que vinha aí mais um bebé
- A cumplicidade com que me olhas
- Os teus abraços e beijos doces
- A tua resposta fácil e espontânea
- Como acordas sempre com um sorriso

Enfim, acabo de perceber que poderei escrever mais cem coisas... mas as principais estão cá. Há outras memórias que guardo com muito carinho, mas estas são aquelas que também te pertencem. Outras virão contigo e com a Mafalda e eu estou contente por estarmos cá para vive-las...

terça-feira, 24 de agosto de 2010

melgas

o pai deu-lhe a provar uma mostarda bastante forte.

Ele lá engoliu o bocado de salsicha a custo e com uma grande careta aponta para a boca e diz: "pai, tenho melgas na boca"

expressões

Expressões que o meu filho utiliza ultimamente:

- ah... tem razão!
- olha quem fala... (com um sorriso maroto e a apontar para trás das costas)
- tu és guloso...
- perfeito!
- é o máximo (não faço ideia onde foi buscar esta)
- aqui vou eu!
- aqui temos (nome de um objecto) e aqui temos... (até indicar os objectos todos)

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

no cinema


o Francisco foi ao cinema. E como já não há filmes infantis sem ser 3D, não teve outro remédio se não meter os óculos. Pedimos lugares na ponta para podermos sair a meio sem incomodar ninguém... mas qual quê.. portou-se que nem um homenzinho. Concentrado no filme tanto ao mais que nós e com direito a pipocas e tudo. No fim queria mais.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

tenho que ouvir cada coisa!

A estacionar o carro num lugar bastante apertado, começa o erritante piii piiii piiii dos sensores. Primeiro os da frente, depois os de trás e depois os dois em simuntâneo. Comentário do meu filho: "mãe... não dá"
"dá dá filho!"
O Carro lá fica estacionado, mas um bocado mais de fora que os outros.
"viste filho, já está"
"mãe, isto não é já tá!"
... (não me faltava mais nada....)

quinta-feira, 24 de junho de 2010

adeus fraldas


Não está a ser fácil, mas o Francisco largou a fralda. Agora tem catrefadas de cuecas que estão constantemente a ser lavadas. Já passámos a fase de fazer chichi e não se importar por estar molhado, para a fase de avisar quando já está a fazer. Eu tento não stressar, afinal é só roupa molhada, mas a verdade é que não consigo. Em casa já tudo corre bem... desde que meti os bonecos dele, com um seringa, a fazer chichi na sanita e ele a colar autocolantes cada vez que é bem sucedido que a coisa corre lindamente. Mas fora de casa... E não ajuda nada as histórias todas que me rodeiam, de mães cujos filhos largaram a fralda com um ano e meio e só fizeram uma ou duas vezes pelas pernas a baixo. Será que é a memória que as traí ou são todas mães de filhos prodígio? É que o meu (e que fique aqui registado, para que mais tarde não venha a dizer que com o meu foi muito fácil) farta-se de fazer chichi nas cuecas e mesmo cocó. (ou devia fartar-se) Não são nada poucas vezes... são MUITAS VEZES!!!!! vezes sem conta....

sexta-feira, 18 de junho de 2010

trailari trailaró

Chamo o elevador e entro com o Francisco. Carrego no -2. Ele pára no 1º andar e entra um casal todo composto.
Casal: "bom dia!"
Eu: "bom dia!"
O belo do Francisco, que normalmente nem liga nenhuma a estranhos, encosta-se a mim e começa a cantar alto e em bom som: "trailari, trailaró... o cú da avó..."
Eu:...
Casal:....
Os senhores saiem no zero e dizem novamente "bom dia". O Francisco responde alegre "até logo!".
Continuamos a descer e eu digo ao Francisco que ele não pode cantar aquilo, muito menos quando estão outras pessoas. Ele dá uma gargalhada contagiante e responde: "trailari, trailaró, o cú da avó!"

quinta-feira, 17 de junho de 2010

na barriga da mãe

- Francisco, sabes o que está dentro da barriga da mãe?
- Não sei...
- É a mana.
- ah
- É um bebé!
olha para mim admirado e depois conclui com a maior naturalidade:
- Tu és tonta mãe!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

dia da criança

O dia da Criança passou sem que oferecesse uma prenda ao meu filho. O do ano passado passou igual.
A não ser que o facto de o teu levado ao médico para assistir a uma ecografia e ver a futura irmã (parece que é uma menina) conte como prenda. Ou tê-lo entregue nesse dia à avó para ir ao oceanário também conte... ou o facto de estar connosco, ser amado, receber milhões de beijos também possa contar.
Nesse dia eu estava contente. Nesse dia 1 de Junho a mãe de um coleguinha do Francisco, com mais 15 dias que ele, chorava a morte do filho. E eu também estava triste. E contente por ver o meu cheio de vida. E triste por uma criança tão frágil simplesmente partir e por uma mãe poder ter um coração tão partido.
A vida realmente foge-nos entre os dedos... é frágil. Vê-lo de perto é assustador, mas faz-nos pensar. Já li em não sei quantos livros e mais não sei quantos talk shows na televisão que não devemos ser mesquinhos, mas sim estar contentes só pelo simples facto de vivermos.
Todos os dias olho para o meu filho e agradeço que o mundo tenha conspirado para que ele existisse e que esteja comigo. É um presente gigantesco que me enche o coração e a alma e ainda transborda.
Obrigado.

terça-feira, 25 de maio de 2010

sonhos amarelos


antes de ir para a cama, um beijinho e um abracinho ao pai.


pai - Até amanhã filho!


filho - Até amanhã.


pai - dorme bem.


filho - dorme bem pai.


pai - gosto muito de ti


filho - gosta muito ti!


pai - sonhos cor de rosa...


filho - sonhos amarelas!!!

sábado, 15 de maio de 2010

Natal é quando o Francisco quer


Já na cama:
- Mãe... amanhã quero uma penda.


- Está bem filho. Amanhã a mãe compra uma prenda, agora dorme.

(mas pelos vistos dei a resposta errada)


- Não mãe. Eu expico: agora pendas é só no Natal!!!!!


- Ah. Está bem filho! Então no Natal a mãe compra-te uma prenda. Agora dorme.


- Mãe..... amanhã quero o Natal! Com bolas e o panda!

- .....

segunda-feira, 10 de maio de 2010

macaquinho


Fui fazer uma massagem e o Francisco veio comigo.

Massagista - Olha a barriga da mãe Francisco. Sabes o que é que está aqui dentro?


Ele acena que sim com a cabeça.


Massagista - Sabes? então diz-me lá, o que é?


Francisco (muito seguro de si) - Um macaco!

....

quarta-feira, 5 de maio de 2010

daqui a seis meses


Passados os três meses de segredo (apesar das calças já mal me servirem) e de enjoos, é oficial: o Francisco vai ter um maninho ou uma maninha. Eu vou andar mais cansada, mais tonta do que já ando, mas também mais feliz. Mais amor é sempre mais amor e é sempre bem vindo. Boa sorte para mim... eh eh eh

terça-feira, 4 de maio de 2010

apião famigo


A nova paixão do Francisco: Capitão Flamingo! (Ou "Apião famigo"). Um rapaz normal, que se veste de flamingo para ajudar os mais pequenos em apuros (não se lembrou de outro animal que ainda não tivesse um super herói associado). Eu estou a aprender muita coisa com o canal panda!

quinta-feira, 15 de abril de 2010

letras trocadas


Como o Francisco canta a música da vaca:

"tenho uma vaca qualquer,
tenho uma vaca qualquer,

Afasta a mosca com o prado,
afasta a mosca com o rabo

dalim dalão,
dalim dalão

dá leitinho e manteiguinha,
que vaquinha tão fofinha.

dalim dalão,
dalim dalão..."

terça-feira, 13 de abril de 2010

ijatamente

A nova palavra que o meu filho adora é "exactamente" ou "ijatamente" como ele diz. É engraçado ouvir um pirralho de dois anos e meio perguntar alguma coisa para a qual sabe a resposta e depois rematar com o maior ar de aprovação: "ijatamente mãe!". Pelo menos tem-me como uma pessoa inteligente, já não é mau...

sábado, 27 de março de 2010

palavras mágicas

Já tinha percebido que existem palavras especiais para o Francisco. Devo confessar que por algumas vezes utilizei o "vamos ver o panda" para o convencer a ir para casa. Mas nunca me tinha apercebido que as palavras mágicas existem!
No outro dia não queria ir para e escola (o que é raro), não queria mesmo. Arrastava-se, de mão dada a mim a dizer "nã quero mãe, nã quero!". Agachei-me ao nível dele e perguntei-lhe: "não queres ir para a escola filho?" "nã quero!" (abanando a cabeça, quase a suplicar) tentei entende-lo e chegar a um acordo: "vamos fazer assim, tu vais um bocadinho à escola, a mãe vai um bocadinho trabalhar e depois vem te buscar, pode ser?". Para meu espanto ele disse que sim e acrescentou "vem buscar". "Sim filho, a mãe vem buscar-te". E lá fomos nós sem mais lamentações. Ao despedir-se de mim disse-me de novo "a mãe vai buscar". "Sim filho, a mãe vai trabalhar e depois vem buscar-te". E lá foi ele ter com a educadora.
Depois desse episódio, sempre que não quer que eu me vá embora e lembro-o que o vou buscar e tudo fica bem. Mas onde foi ele buscar a ideia que eu poderia alguma vez na vida não o ir buscar??? sendo que sempre o fiz? crianças...

sexta-feira, 26 de março de 2010

lebre da Páscoa


A lebre da Páscoa passou pelo infantário do Francisco e deixou ovinhos coloridos no bosque para as crianças procurarem.
Ele normalmente já é doido por ovos, pintados então... foi uma tarde cheia de alegria!

sexta-feira, 19 de março de 2010

girafa


- Olha filho, estás a ver, ali ao fundo são avestruzes. Olha uma a passar... viste?

- Ah! olha mãe, girafas!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

está calor


filho: pai, vem aí o festival panda?

pai: não filho, isso é só no verão.

filho: vem aí o festival panda, pai?

pai: não filho, ainda falta muito é só no verão.

filho: vem aí o festival panda?

pai: não! é só no verão.

filho: vem aí o festival panda?

pai: não filho... é no verão, quando estiver calor.

filho: pai.... está calor!

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Bateria carregada

O Francisco foi operado. Uma operação simples... mas uma operação com anestesia geral. Há sempre coisas para as quais não nos preparam... e a mim não me prepararam para o que é uma criança de dois anos acordar de uma anestesia! Ouviam-se os gritos do meu filho pelo corredor do hospital e eu podia meter a mão no fogo em como não era ele. Aquele não era o seu choro. Aquele era o meu filho completamente alterado, a gritar, a chorar, a dar pontapés, a não reconhecer a nossa voz... sempre de olhos fechados... E nestes momentos percebemos que por alguma razão somos pais. Que de alguma forma aprendemos a gelar o coração por momentos e a ter braços de ferro. Finalmente ele acalmou e adormeceu nos braços da (babada e também aflita) avó. E finalmente todos nós acalmámos também.

Quando o Francisco acordou já era ele. Mas muito mais vivo e com muito mais energia do que o normal. O rapazinho agora não pára! O médico disse que ele devia ficar sossegado a repousar, mas não há como. Missão impossível. Ele é pinotes, cantorias, dança... dizem que está mais oxigenado... eu digo que carregou as pilhas. Mas é óptimo vê-lo tão bem!

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

fazes-me falta

Meu amor grande, fazes-me muita falta... e não é porque cozinhas o jantar todas as noites! Quando não estás sinto uma angústia embrulhada em saudade.
E o teu filho herdou o meu amor por ti. Hoje no carro veio o caminho todo a dizer que tinha uma pedra para o pai (com um pequeno intervalo para te cantar os parabéns!).
Ontem perguntaste se ele tinha ficado a chorar depois de saíres. Realmente não ficou... ainda bem que só perguntaste por ele!
Adoro-te

sábado, 30 de janeiro de 2010

gritar de alegria

Há vezes que me apetece gritar... principalmente quando o meu filho faz peso morto no meio da rua... quando não pára quieto para eu o vestir... quando se lembra que quer pintar e já estamos atrasados para sair de casa... pois deveria mesmo gritar... gritar de alegria!
Bastou-me observar durante uns momentos uma avó de um rapaz com os seus 20 anos, tetraplégico, a calma com que ela lhe dava a comida e a bebida na boca. O amor também, mas sobretudo a calma... provavelmente uma vida de dedicação... O meu coração ficou pequenino pequenino... mesmo pequenino. E ali, naquele momento, prometi a mim mesma não me queixar mais.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

a fralda


- Francisco, molhaste as cuecas do dinossauro! Tens que pedir à mãe para fazer xixi! Se não temos que te vestir uma fralda... Que cuecas queres agora? das motas ou do Mickey?
- Cueca mikei


algum tempo mais tarde... e depois de algumas idas à sanita sem sucesso...

- Outra vez filho? Ainda agora te perguntei e disseste que não querias ir à sanita! Agora temos que tirar as cuecas do Michey... Anda, vamos escolher outras. As do peixinho ou das motas?
-Peixinho.

- Mas agora não te esqueças de pedir à mãe ou ao pai para fazer cóco ou xixi! Está bem?

- sim.


Algum tempo mais tarde...

- Francisco, vamos para a sanita?

- Mãe.... xixi

- Ops, tarde de mais. Tens que avisar a mãe antes de fazer xixi filho! E agora que cuecas queres?
- Mãe....

- Sim filho...

- A fralda....

- .....

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

tempos felizes


Ser mãe não muda apenas muita coisa. Muda tudo. E quando estamos à meia noite de 31 de Dezembro, com 12 passas nas mãos a pensar em desejos, não para nós mas para o nosso filho, percebemos isso claramente.

A felicidade dele é algo me me preenche a alma... cada gargalhada dele é um sorriso enorme no meu coração. Ele faz-me sorrir (com a mesma facilidade que me faz ter vontade de chorar quando não está bem.) e acima de tudo faz-me sentir em harmonia com o mundo. Às vezes tenho vontade de congelar os momentos, para mais tarde lhe mostrar e dizer: "eram tempos muito felizes."; "Tu não te lembras, mas fomos muito felizes nós os três." Não sei porquê, mas sempre que me ocorre este pensamento, "vejo-o" em estilo fotografia dos anos 70. Mas agora que acabei de o escrever, ocorreu-me que na verdade talvez saiba porquê... adiante, que isso dava outro post.

O que na verdade me levou a escrever aqui hoje foi um pequeno acontecimento que me deixou muito contente! Hoje de manhã, cheguei atrasada ao infantário e os coleguinhas do Francisco já estavam a começar a sua caminhada matinal para o bosque. Tive que levá-lo até meio do caminho para ele os poder acompanhar. Ele deu-me um beijinho e recebeu um meu (como sempre) e lá foi todo contente. Antes da curva, voltou-se para trás para ver se eu ainda ali estava, esticou-se todo, e com um grande sorriso nos lábios, acenou-me um exagerado adeus de braço esticado... e eu a ele claro (figura de palhaça é comigo). E lá foi ele todo contente. E lá fui eu, toda contente!